9.6.23

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Chove e venta, mas é água que não "sacia" e movimento que não liberta...
A sede é cíclica ou percorre-nos em fluxo crescente?
Toda a vida sentiremos sede?

No passado dia 22 de Abril - Dia da Terra, e seduzida pelo dia 23, Dia Mundial do Livro - acrescentei à minha "biblioteca" um pequeno livro de uma grande escritora. «Sede» de Amélie Nothomb, publicado em Portugal no mês de Março pela editora Guerra & Paz.
Não resisti à sedução pois já lera com entusiasmo outras obras de Amélie e o que nos é dado em contracapa facilita a aquisição. Passo a transcrever:

"Sacrilégio ou blasfémia? Amélie Nothomb cria um Jesus que nos fala em tom lírico e filosófico, mas também com um humor redentor. Surgem os apóstolos, o traidor Judas, Maria Madalena, os milagres, a crucificação, a morte e ressurreição, mesmo as conversas de Jesus com o Pai.
Ironicamente, aqueles que haviam sido alvo dos milagres de Jesus protestam agora contra efeitos colaterais indesejados: o antigo cego queixa-se da fealdade do mundo, o antigo leproso reclama que mais ninguém lhe dá esmola, o sindicato dos pescadores de Tiberíades acusa Jesus de favorecimento de uma das tripulações, Lázaro conta como é hediondo viver com o cheiro de cadáver colado à pele. Sem conseguir dormir, Jesus recorda como chegou até ali, confessa ter medo da crucificação e da morte e reflecte sobre os três pilares da Humanidade: amar, morrer... e ter sede.
O humor e o drama, o cómico e o excêntrico cruzam-se neste aclamado romance de Amélie Nothomb, que é, segundo a própria autora, o livro da sua vida."

Saboreei com enorme admiração as 93 páginas desta proximidade "confessional" de Jesus e entendi a afirmação da autora quanto a ser "o livro da sua vida". Ainda não passaram dois meses e iniciei hoje a 2ª leitura.

Sim, morrer será certo, sentir sede é frequente, e o amor revela-se horizonte para todos e cada um.