25.10.14
Sem pretexto
Sair para caminhar. Perto do rio, dos caniços à ponte cor de rosa.
As mãos tiram da mochila uma rolha e dois discos em cortiça. Para ginásticas acrobáticas brincadas, testando reflexos e destreza de braços. Coordenação de movimentos.
Há pavimento com placas rectangulares entre a relva prado. Um percurso que convida a jogar. Sem pretexto. Saltitar, cruzar os pés, rodar o corpo.
Sente-se o sol quente cruzando a humidade nocturna ainda presente. Nas árvores, nos demais elementos envolventes.
Algumas folhas deslizam no ar. Em suave sentido vertical descendente. Porque é outono, porque é já tempo de mudança. Ou sem pretexto, também.
Sentir alegre, sentir criança.
Criança?
Os adultos precisam de pretexto para brincar?
Por vezes é tão fácil e simples estar aqui, ser aqui, no mundo.
(sem data, por opção)