21.7.14
Versalhes
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A estufa enchia-se serenamente de folhas, de flores e de insectos, que La Quintinie nunca matava. Encantava-o soerguer uma erva e descobrir toda uma multidão fervilhante de patas, antenas, cornos ou escamas.
Algumas plantas morriam, assaltadas por antónomos, ralos ou forfículas, e era sempre com tristeza que ele assistia a este espectáculo.
Mas gostava de pensar que uma morte assegura uma outra vida, que tudo, neste mundo, é troca e dádiva, e que o insecto, um dia, morreria por sua vez, oferecendo o ventre diáfano a outras raízes que ali iriam buscar a força de impelir para a luz o frágil invólucro de um caule.
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O JARDINEIRO DO REI por Frédéric Richaud