'Pensar' é o que nos distingue - segundo pressupostos gerais - dos demais seres vivos.
Ter consciência e optar - conforme limites contextuais - em função dessa consciência. Escolher, ponderar, analisar hierarquias de valores.
'Pensar'. É o que nos distingue.
Será?
Não lutamos mais pela sobrevivência do que essencialmente pela vivência?
Ter abrigo, alimento, energia para aguentar adversidades - naturais ou artificiais.
Para isso um trabalho, um bem de troca que assegure lugar, alimento, protecção.
Até lá, crescer, aprender um ofício, ganhar autonomia física e financeira.
...
E quando isso não é alcançável? Porque o meio é sub ou sobre desenvolvido numa selva hostil, competitiva, balizada por lucro, dinheiro, bens materiais?
O que fazemos, então?
O que somos, então?
O que nos distingue, afinal?
Se o esforço não gera os resultados esperados - que garantam o mínimo essencial -, o que fazer? Desistir? Persistir?
Como? Recomeçando? Redireccionando? Iludindo o tempo?
Tento criar, tento aprender, viajo pelas palavras, caminho, procuro, saboreio, espero (e às vezes desespero), esperamos...
Estou aqui. Sou aqui. Se agora terminasse a existência - como a conhecemos - quem tinha sido? Que sentido? Que continuidade? Que energia transformada?
Tantas interrogações e tão voláteis respostas...
Querer sentir que faz sentido.
Que há amor na procura.
Que não somos sós. Que forças motrizes nos impelem, chamam, animam, convidam!
Que de tudo, de toda a circunstância, em todas as vidas, há potencial de criação, germinação, transferência, testemunho, contágio, pontes de afecto, fortalecimento.
Pensar. Estar. Ser. Presentear. Acolher.
Onde e quando não são os advérbios mais pertinentes...
Se outra vida houver, acredito (desejo?) que não conhecerá limites de espaço ou tempo.
Ínfimo e Infinito serão (são?) o mesmo. Existência una.
(...)
Chove.
Outras vezes há sol.
Há dia e há noite. Ciclos.
Todo o universo é orbital.
=)